Exposição - O ordinário Rafael Sica (CAIXA Cultural Rio de Janeiro)

Olá amores! Essa semana teremos uma série de posts especiais com indicações de exposições que estão em cartaz no Rio de Janeiro que nós do Brisa visitamos e recomendamos. A primeira delas é a exposição "O ordinário Rafael Sica" do quadrinista e ilustrador gaúcho Rafael Sica na Galeria 1 da CAIXA Cultural Rio de Janeiro. A exposição conta com mais de 200 obras do artista, incluindo gravuras e pinturas.

Sobre o artista

Nascido em 1979, em Pelotas (RS), Rafael Sica é reconhecido como um dos mais importantes autores de sua geração. Começou sua carreira na segunda metade dos anos 1990, publicando charges e tiras em jornais da sua cidade. Sica venceu duas vezes o Prêmio HQ Mix, nas categorias Novo Talento (2005) e Web Quadrinhos (2009).Em 2017, ele foi convidado para participar do Projeto Baiacu, criado por Angeli e Laerte - uma residência artística na Casa do Sol, do Instituto Hilda Hilst, que resultou na revista Baiacu (Editoras Cachalote e Todavia, 2017). Sica também é um dos criadores da Parada gráfica, evento anual realizado em Porto Alegre que reúne artistas da cena gráfica independente brasileira.

Eu estou simplesmente apaixonada por esta exposição, passei em torno de 3 horas tentando absorver cada detalhe. O estilo do artista é muito atraente, com narrativas silenciosas e artes de pequena dimensão, ele compele o espectador à se aproximar. Tudo que há naquela galeria te atrai, te obriga a chegar mais perto, prestar mais atenção, tentar desvendar o que o autor quis dizer com cada desenho.

A exposição traz além das obras finalizadas, vários cadernos de desenho do artista, permitindo acompanhar o seu processo criativo, notar as particularidades do seu traço e ver centenas de rascunhos. Em uma sala dentro da galeria, era possível ainda contribuir com a exposição, pois em uma mesa haviam canetas e cadernos em branco que deveriam ser preenchidos com os desenhos e histórias dos visitantes. A interatividade era absurda, as páginas dos cadernos não foram suficientes, suas capas foram usadas, e nas páginas novos visitantes interferiam nas histórias dos que já passaram por ali.

Foto: Caixa Cultural.

Algo que chamou bastante minha atenção nessa exposição é o fato de que muitas das obras do artista são narrativas silenciosas, o que é interessante já que cada espectador pode dar à mesma obra diversos significados. “Existe uma narrativa, mas é gráfica, visual. Exige que o leitor complete o trabalho", explica Sica. Quando visitei a exposição estava com alguns amigos e por diversas vezes notamos que interpretamos a mesma obra de modos completamente opostos. Isso dá um caráter interativo à exposição que, particularmente, eu acho muito atraente.

Foto: Livia Soares

No primeiro contato com o trabalho de Sica, por se tratarem de obras em preto e branco com traço aparentemente simples, muitos costumam achar os desenhos um tanto básicos. Essa interpretação não poderia estar mais errada, o grau de detalhamento presente em suas obras é absurdo. Cada quadrinho é um conjunto de elementos intrincados que produzem um impacto enorme. Desde as expressões faciais dos personagens até o cenário, que muda em cada quadrinho, revelando uma cronologia e contando uma história. Logo na entrada é possível ver um mural de 8x3m que exemplifica com perfeição o grau de detalhamento das oras do artista.

Foto: Caixa Cultural.

A casa que dá vida à capa do catálogo está montada em tamanho real na exposição. Feita de madeira crua e cheia de desenhos nas paredes, a casa está recheada por outras obras menores. é fácil de perder ao entrar nela, apesar de pequena, ela abriga um grande número de obras, com a capacidade de te prender ali dentro e só sair até ter olhado cada um dos quadrinhos.

Foto: Esthefani Silva.

A exposição está disponível desde o dia 23/10 e fica até o dia 23/12 na Galeria 1 da Caixa Cultural no Rio de Janeiro. Caso queiram saber um pouco mais sobre a exposição e ainda ter acesso a uma entrevista incrível com o autor, cliquem aqui! Não deixem de prestigiar essa exposição incrível amores!